Significado de Ojuobá

O que é Ojuobá

Ojuobá é uma palavra originaria da língua Yorubá, podendo ser interpretada como “os olhos do rei” ou “os olhos de Xangô”.

O termo Ojuobá é parte do culto do Orixá Xangô, que representa o Oyê, um título de honra dado a quem se tornava alto sacerdote no culto da África ou nos cultos de candomblé aqui no Brasil.                              

Essa língua geralmente é falada pelos povos africanos encontrados no sul do Saara. Existem cerca de 30 milhões de pessoas que falam esse dialeto. Na língua Yorubá, o Oju se refere a “olhos” e Obá representa “rei”. Logo Ojuobá significa, ao pé da letra, olhos do rei.

A nomeação “Ojuobá” já foi concedido a várias pessoas, tanto aqui no Brasil quando na África. No Estado da Bahia, Pierre Fatumbi Verger foi premiado com o título de Ojuobá da Mãe Senhora, além do Hilário Remídio das Virgens que também recebeu o mesmo título de Ojuobá.

Ojuobá na música e na cultura

Atualmente existem vários grupos musicais e culturais com nome de Ojuobá. E da mesma forma, existem inúmeras músicas que usam esse termo em suas composições, por exemplo, a música cantada por Caetano Veloso, “Milagres do Povo” que diz: Ojuobá ia lá e via – Ojuobá ia…

Quando Jorge Amado criou a “Tenda dos Milagre”, o romance foi publicado em 1969, na época da ditadura militar, e se transformou num best-seller traduzido para mais de 10 idiomas. Ele falava da repressão sofrida pela cultura do candomblé e outras manifestações culturais do povo negro.                                    

Também é possível encontrar esse termo no Carnaval, onde em 2012 a escola Mocidade Alegre teve como inspiração para seu tema carnavalesco Ojuobá, juntamente com a história de amor de Jorge Amado, chamado “Tenda dos Milagres”, em que o personagem Pedro Arcanjo era também chamado de Ojuobá.

Ojuobá axé

Se trata de um grupo que se originou em Duque de Caxias em 1986, com objetivo de ajudar a promoção e divulgação da cultura afro-brasileira, procurando reduzir o preconceito e causando uma reflexão mais crítica a respeito do racismo.

Este grupo tem a meta de tornar-se um núcleo de resistência da cultura negra no país, focando todos os seus recursos para resgatar a história e a importância dos negros durante a formação da sociedade brasileira, evitando assim qualquer forma de racismo que possa ocorrer nos dias atuais.

Eles usam como principal ferramenta para o combate ao racismo a inclusão cultural de jovens e crianças negras, oferecendo aulas como: capoeira, xadrez, cursos profissionalizantes, balé, aulas de dança contemporânea, ritmos brasileiros e entre muitas outras atividades. Tudo com o intuído de divulgar e promover os talentos negros oprimidos numa sociedade racista, de modo a garantir-lhes um futuro melhor. Hoje, eles contam com cerca de 600 crianças e jovens em todos os seus projetos sociais.

Esse grupo também é responsável pela colocação do busto em homenagem ao Zumbi dos Palmares no centro da Cidade de Duque de Caxias.

Atualmente, possuem uma banda musical que conta com cerca de 20 pessoas, e seu trabalho com a promoção de música e danças já ganhou notório reconhecimento. E um desses momentos mais marcantes ocorreu nos anos 90 quando o ativista Nelson Mandela (recém libertado) em visita ao Brasil foi recepcionado pelo grupo Ojuobá Axé com vários shows de músicas e danças.