Significado de Ignorante

O que é Ignorante

Ignorante é uma palavra com origem no latim, formada pelo negativo “in”, que tem o significado de negação, e “gnarus”, cujo significado é “sabedor, aquele que domina um assunto”, relacionando-se com o verbo “gnoscere” (conhecer, saber).

O que é Ignorante?

Ignorante pode cumprir tanto a função de um adjetivo como de um substantivo, sendo utilizado para os dois gêneros. O sentido de ignorante é sempre voltado para uma pessoa que ignora, que não tem instrução, que se mostra estúpido, tolo, inepto, imbecil, revelando falta de saber, desconhecimento e imperícia.

Popularmente, a palavra ignorante é utilizada para referir-se a uma pessoa de forma pejorativa e ofensiva, embora a palavra ignorante não tenha somente o sentido pejorativo, ou seja, pode referir-se à qualidade de uma pessoa que se mostra ingênua ou inocente sobre os fatos e acontecimentos, uma mente mais retraída, sem muita capacidade de raciocínio lógico.

Ignorante também pode se referir a um indivíduo que não tenha tido possibilidade de estudar, ou que não tenha querido estudar durante a vida, não tendo conhecimento de assuntos de forma mais aprofundada, ou mesmo uma pessoa que apresenta um comportamento não-civilizado, ou muito rude.

Um fato que podemos perceber é a diferença entre uma pessoa agir por ignorância ou agir na ignorância. No primeiro caso, ao agir por ignorância, o indivíduo toma atitudes sem conhecimento, muitas vezes sendo forçado a fazer algo de forma involuntária. De outro lado, quem age na ignorância, remete-nos a uma pessoa que tem comportamento incivilizado de forma voluntária.

Uma pessoa ignorante tem uma vida mais limitada em conhecimentos, atuando de acordo com aquilo que conhece em sua limitação, baseando-se, na maior parte das vezes, em superstições e preconceitos, mantendo ideias sem um fundamento científico. Seu mundo é um mundo criado exclusivamente dentro dos seus conceitos, com noções errôneas sobre ele mesmo e o mundo em que vive.

Dentro dessas limitações, o indivíduo ignorante é incapacitado de ver e aceitar as verdades do mundo e da vida, tornando-se, por conta própria, incapaz de adquirir novos conhecimentos.

A sabedoria e a ignorância são dois pontos totalmente opostos. Para o filósofo grego Aristóteles, o ignorante é aquele que afirma determinada coisa, enquanto o sábio é o que duvida e o sensato aquele que reflete, que pensa sobre algo.

O pensamento de Aristóteles mostra exatamente onde vive a sabedoria, o lado oposto da ignorância, mostrando que o primeiro ponto para se buscar conhecimento é o surgimento de uma dúvida. Quando existe uma dúvida, quem não é ignorante busca estudar, pesquisar e pensar sobre o assunto, o que o torna uma pessoa sensata e sábia.

Ao contrário do que busca conhecimento, o ignorante é aquele que pensa que sabe tudo, e não precisa ou não tem motivação para aprender e para evoluir, para crescer, revelando, pela sua própria atitude, a ignorância que possui.

Assim, enquanto o sábio Sócrates afirma que “só sei que nada sei”, mostra que está buscando conhecimento, enquanto uma pessoa ignorante geralmente afirma que já sabe tudo o que precisa.

Ignorante político

A sabedoria e a ignorância, embora em lados opostos, sempre andaram lado a lado na cabeça dos grandes pensadores. Para Bertold Brecht, alemão que se tornou um grande poeta e dramaturgo, além de diretor de teatro, a ignorância é um mal, principalmente quando se trata de política.

Segundo Brecht, o pior analfabeto é o analfabeto político. Um analfabeto político não é capaz de ouvir, de falar ou de participar dos acontecimentos de seu tempo. O ignorante político é aquele que não conhece o custo de vida ou o preço dos alimentos e das coisas que precisa para viver e não sabe, o que é pior, que o custo de vida é completamente dependente de decisões políticas.

Ainda segundo Brecht, o analfabeto político é ignorante a ponto de se orgulhar e estufar o peito dizendo que odeia a política, sem saber que, em da sua ignorância e falta de participação e conhecimento é que brotam as prostitutas, os bandidos, o menor abandonado e, pior do que tudo isso, o maior dos bandidos, o político vigarista e pilantra, que se corrompe e se torna lacaio das empresas, sejam nacionais ou multinacionais, buscando apenas lucrar para si próprio.